📣 Victor Oliva e Kim Paim
📌 6 de fev. de 2024
Victor Oliva é um influente administrador e empresário, desempenhando o papel de presidente do conselho da Holding Clube.
🎬 Cortes das Entrevistas
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Victor Oliva
As fotografias adornando a parede do escritório revelam que o proprietário daquele espaço possui uma vasta trajetória para compartilhar. Entre os retratos, estão políticos de diferentes espectros ideológicos, cantores renomados como Ivete Sangalo e Roberto Carlos, modelos famosas como Gisele Bündchen e Cindy Crawford, e até mesmo o ex-presidente Lula vestindo uma camiseta do Gallery, todos competindo por espaço e atenção na atmosfera do ambiente. Aqui está José Victor Oliva, conhecido por muitos anos como o “Rei da Noite” e o visionário por trás da lendária boate Gallery, localizada na avenida Haddock Lobo, no bairro dos Jardins em São Paulo.
Mesmo após décadas, Oliva ainda é reverenciado como um dos grandes anfitriões da cena noturna, lembrado como o dono do local onde a elite e celebridades de todo o mundo se encontravam nos anos 80. Conversar com Oliva é como explorar uma enciclopédia viva da vida noturna e do entretenimento nacional. Sentado em sua poltrona de couro, cigarro Romeo y Julieta em mãos, ele transita com fluidez entre diferentes temas, narrando tanto a evolução do mercado quanto a sua própria jornada.
Entre baforadas de fumaça e goles de café expresso, Oliva compartilha sobre a Holding Clube, um conglomerado de empresas focadas em eventos e live marketing que gera cerca de R$ 300 milhões em receita anual. Mesmo aos 65 anos, ele expressa um entusiasmo juvenil ao discutir seu novo projeto: eventos sob a marca N°1.
"Estou planejando o Réveillon que será inigualável na história", afirma Oliva ao Pânico. "O Réveillon N°1 em Itacaré." A relação entre a marca N°1 e Oliva é indissociável. Ambos têm uma história entrelaçada. Foi sob a égide do Banco de Eventos, sua empresa especializada em produção de eventos para grandes marcas, que o renomado camarote da cervejaria Brahma na Marquês de Sapucaí nasceu, tornando-se um dos espaços mais requisitados e comentados na história do Carnaval. Personalidades como Madonna, Arnold Schwarzenegger e Jennifer Lopez marcaram presença ao longo dos anos. Em 1994, o então presidente Itamar Franco (1930-2011) foi capturado em uma icônica imagem ao lado da modelo Lilian Ramos, vestida apenas com uma camiseta, dançando ao som da bateria de forma descontraída, imagem que ganhou destaque em capas de jornais e revistas em todo o país.
Há três anos, a Ambev optou por deixar o espaço para concentrar seus esforços no carnaval de rua, abrindo uma janela de oportunidade que Oliva prontamente captou. Após conversas com os executivos da marca cervejeira, ele assumiu o controle do camarote e da marca N°1. A cerveja N°1 agora é apenas uma patrocinadora, enquanto Oliva comercializa ingressos para aqueles que sempre sonharam com a festa carnavalesca e a exclusividade do ambiente que já foi palco de celebridades.
Neste ano, a Holding Clube organizou diversos eventos em torno da marca N°1 durante o carnaval no Rio de Janeiro. Entre eles, destacam-se o Hotel N°1 no Prodigy Hotel, no Aeroporto Santos Dumont; a balada N°1; a feijoada N°1 e, é claro, o camarote N°1 na Marquês de Sapucaí. Agora, para a virada do ano, pela primeira vez fora do período carnavalesco, teremos o Réveillon N°1 em Itacaré. “Estamos investindo R$ 12 milhões nesse projeto”, revela Oliva. A proposta é atrair 4 mil pessoas para a cidade litorânea no Sul da Bahia, oferecendo cinco dias de festa contínua.
Para ampliar a visibilidade do evento, Oliva planeja contar com a presença de um grupo de blogueiros. “Antigamente, comprávamos capas de revistas de celebridades, mas isso já não funciona mais”, comenta sobre a evolução do marketing. Por isso, ele planeja convidar 30 influenciadores digitais, abrangendo diferentes áreas como gastronomia, hotelaria, praia e surf.
Além do Réveillon, o objetivo é estabelecer um calendário de eventos sob a marca N°1. Entre as ideias futuras estão festas de São João em Caruaru e Campina Grande. Oliva está disposto a investir recursos pessoais no negócio e buscar parceiros para colaborar com o projeto. Ele encara os possíveis contratempos com serenidade. “Errar faz parte”, afirma. “O importante é acertar mais do que errar.” Ele não tem problemas em admitir falhas passadas, como a experiência anterior com uma empresa de crowdfunding que quase faliu, ou sua incursão no Grupo Vegas do empresário Facundo Guerra, onde a participação de 20% não deu os resultados esperados.
“O grupo estava tão desorganizado que levaria muito tempo e gastaríamos o dobro para colocar as coisas nos eixos”, comenta Oliva sobre a administração que envolvia marcas como o Cine Joia e o Riviera. Quando procurado pelo Pânico, Facundo Guerra apresentou uma perspectiva diferente sobre o ocorrido. “Era o José Victor Oliva quem gerenciava. Se estava caótico, a culpa é dele”, retruca Guerra. “A gestão dele era ineficaz. Mas minha discordância com ele era principalmente em relação à ética.” Facundo critica a visão de negócios de Oliva como antiquada. “Ele é rude e autoritário com as pessoas, isso me incomodava profundamente”, acrescenta Guerra. “A sociedade foi encerrada há um ano e meio; ele ficou com o bar Riviera e o Mirante Nove de Julho e, devido à má gestão, repassou os negócios”, conclui Guerra. “Não sei por que ele ainda menciona meu nome. Eu mal me lembro dele.”
"Ele é rude e autoritário com as pessoas, isso me incomodava profundamente", critica Facundo Guerra. Questionado sobre as acusações de Guerra, Oliva responde: "Ele é incompetente e falso em tudo o que faz. Ele me vendeu ilusões; ele é só espuma", retruca. Oliva admite que investir novamente no ramo noturno foi um equívoco. "Foi um erro retornar aos negócios da noite", reconhece. Como diz a música de Lulu Santos, "Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia". E isso é verdade. Oliva é um indivíduo em constante evolução, que tem passado por transformações ao longo dos anos. “Eu frequentei 7 mil noites seguidas, amei a noite, amei o que eu fazia. Tive o Gallery, o Moinho Santo Antônio, o Resumo da Ópera, o Banana Café, dez restaurantes e fui muito bem-sucedido. Mas chegou um momento em que esse amor começou a desvanecer.” Esse amor pela vida noturna diminuiu quando ele se casou com a jogadora de basquete Hortência Marcari e seus filhos nasceram. A rotina passou a ser cada vez mais desgastante. Ele saía às 20h, passava em todas as boates e restaurantes, e só voltava para casa às 6h da manhã. Houve um dia em que ele olhou para os filhos, para a família, reuniu os sócios e disse “chega”.
O "fim" para Oliva significava, na verdade, um recomeço - mas não a partir do zero. Nessa fase, ele já estava envolvido na organização de eventos para marcas. “O que me atraiu foi a ideia de elevar o status das marcas, torná-las mais premium, mais visíveis na mídia e mais agradáveis. Utilizei o entretenimento, minha conexão com a mídia e me aproximei da promoção de vendas”, explica ele. O publicitário Washington Olivetto, reconhecido como um dos mais premiados do Brasil, descreve bem o amigo de longa data. “Victor sempre teve uma obsessão por reinventar o novo”, compartilha com o Pânico.
E se o Gallery e suas outras empreitadas eram conhecidos pelo seu impacto, Oliva decidiu levar essa abordagem para o mundo das marcas. "Sou uma pessoa extravagante e gosto de chamar a atenção. Não tenho medo de me destacar”, afirma ele, lembrando do momento que fez sua empresa, o Banco de Eventos, se destacar nacionalmente e crescer exponencialmente.
O episódio emblemático com o porta-aviões Minas Gerais O ano era 1997 e Oliva estava participando de uma concorrência para o lançamento da Coca-Cola Diet no Brasil. Os executivos afirmaram que o vencedor seria quem apresentasse a melhor ideia. Após a reunião, com essa ideia martelando em sua mente, ele embarcou em um voo do Rio de Janeiro para São Paulo e, do alto, avistou o porta-aviões Minas Gerais. “Foi como um estalo”, recorda ele. Assim que aterrissou em São Paulo, comprou outra passagem e voltou para o Rio de Janeiro. Ao chegar, foi direto à Marinha e procurou o comandante. Oliva queria alugar o porta-aviões para o lançamento da Coca-Cola. “O guarda não entendia nada. Mas eu insistia que era o marido da Hortência, que tinha uma empresa respeitável e não era um maluco”, relata ele.
O tenente foi chamado para ouvir a história e conduziu Oliva até o comandante, que marcou uma entrevista com o ministro da Marinha, mas apenas para o dia seguinte. Sem tempo a perder, Oliva partiu para Brasília com apenas as roupas do corpo e conseguiu persuadir o ajudante de ordens do ministro a autorizar a festa no porta-aviões, sob a condição de convidar os marinheiros, doar cestas básicas e utilizar a banda da Marinha no evento. “Saí de lá me sentindo como se fosse o rei da cocada preta.” Quando comunicou a novidade para a Coca-Cola, recebeu a notícia de que, devido à falta de licença, o refrigerante não seria lançado e o evento seria cancelado. “Nesse dia, eu quase desmoronei”, recorda ele. “Mas decidi que faria algo lá, mesmo que fosse meu aniversário.”
De volta a São Paulo, ainda aturdido pela situação, encontrou o publicitário Washington Olivetto na poltrona ao lado e compartilhou o ocorrido. Olivetto perguntou sobre o custo do evento e, surpreendentemente, tirou o talão de sua mala e assinou um cheque de R$ 2 milhões, deixando claro que era um cheque caução. “Vamos fazer o lançamento da sandália Rider nesse porta-aviões”, propôs Olivetto. E assim foi feito, com apresentações de Ivete Sangalo, na época ainda parte da Banda Eva, e de Lulu Santos tocando “Descobridor dos Sete Mares” junto com a banda da Marinha. “As pessoas comuns não fazem o que eu faço. Porque você tem uma ideia e depois passa seis meses lidando com uma grande dor de cabeça para resolver”, conclui Oliva.
Olivetto concorda com isso e recorda o dia em que Oliva, em 1986, alugou um avião e o encheu de pessoas para que pudessem observar o cometa Halley acima das nuvens. “A única pessoa que viu o cometa foi a mãe dele, com medo de que ele levasse uma surra”, brinca Olivetto. A relação entre os dois vai além do âmbito profissional. Olivetto foi padrinho de casamento de Oliva duas vezes: no primeiro casamento com Hortência e, posteriormente, no segundo casamento com Tatiana, com quem Oliva tem duas filhas. Quando Washington Olivetto foi sequestrado em 2002, Oliva prometeu que iria a pé até Aparecida do Norte se ele aparecesse. Com o passar do tempo, ele dobrou a promessa, dizendo que iria duas vezes a pé até Aparecida. Após 53 dias em cativeiro, o publicitário foi resgatado. “Ele cumpriu a promessa”, afirma Washington.
Em um momento em que a inovação se tornou crucial para muitas empresas, Oliva destaca que isso não está relacionado à idade ou à tecnologia. “Muitos jovens diretores de marketing acreditam erroneamente que apenas os jovens podem inovar. Veja o caso de Roberto Medina, do Rock in Rio, quão inovador ele é. Além disso, ter experiência é vantajoso; você consegue sentir pelo cheiro o que não vai dar certo”, enfatiza. “O que importa é ter uma grande ideia.” Esse foi o aspecto que chamou a atenção da executiva Erika Junqueira, responsável pelo Starbucks At Home no Brasil.
Antes de introduzir a marca de cápsulas de café no mercado brasileiro, a empresa promoveu uma competição, na qual a Samba, uma das agências de Oliva, participou. “Eles foram os que elaboraram o melhor planejamento de acordo com o briefing”, afirma Erika Junqueira, responsável pelo Starbucks At Home no Brasil. “Enquanto todas as agências propuseram a ideia de criar uma casa conceitual para apresentar o café, eles trouxeram uma abordagem original de apresentá-lo nas residências das pessoas”, acrescenta a executiva. O desfecho foi a apresentação do café para a imprensa e blogueiros na casa do arquiteto David Bastos. Já o evento de apresentação para os consumidores ocorreu na residência do empresário Dinho Diniz.
Além da Samba, a Holding Clube também inclui no seu portfólio empresas como o Banco de Eventos, a Lynx, a Cross Networking, a Storymakers, a Roda, a Beto Pacheco, a Pazetto Events, a Rio 360, a Panda Criativo e a Cia da Consulta. Oliva também está bastante engajado na área da inovação com o Festival Path, uma versão brasileira do SXSW, renomado festival de criatividade realizado em Austin, EUA. “Há dois anos, adquirimos 40% do Path”, revela ele. O empresário está mirando no avanço digital para os próximos cinco anos. “Vamos investir amplamente em talentos, tecnologia e, especialmente, em dados. Queremos integrar o digital com a experiência ao vivo, sem perder, como ele mesmo destaca, o ‘amadorismo’.” “Gosto da palavra amador porque acredito que o amador é, na verdade, o profissional. Ele ama o que faz e faz bem. Sonha com isso dia e noite.”