📣 Bruna Louise e Gustavo Segré
📌 22 de fevereiro de 2024
Bruna Louise, uma mulher de Curitiba estreia no streaming com seu projeto solo, 'Demolição', disponível na Netflix. Neste programa, ela utiliza o humor como ferramenta para abordar temas sensíveis, incluindo o machismo e até mesmo sua vivência pessoal com o abandono parental.
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Bruna Louise
Bruna Louise começou a demonstrar seu talento desde a infância, encenando pequenas peças para a família. Aos 15 anos, iniciou seus estudos em interpretação, graduando-se em Artes Cênicas e dedicando mais de uma década aos palcos. No entanto, ela admite que não tinha muito talento para a atuação. "Infelizmente, eu era uma atriz ruim, terrível", diz ela, entre risos. "Além disso, gostava de improvisar durante as cenas, algo que os diretores não apreciavam. Mas, com o stand-up, encontrei meu lugar: podia falar o que quisesse. Ganhei liberdade", revela a curitibana, que estreou na Netflix com "Bruna Louise: Demolição", o primeiro solo de stand-up de uma brasileira no catálogo da plataforma.
No espetáculo "Demolição", Bruna aborda uma ampla gama de temas, incluindo romance, sexo, machismo e até mesmo o abandono parental - este último inspirado em sua própria vivência, mas sempre tratado com humor. "Minha mãe, Inez, que é engenheira eletricista, nos criou a mim e minha irmã sozinha. Meu pai nos deixou quando eu era bebê, então nunca tive contato com ele. No entanto, fui orientada pela minha terapeuta a procurá-lo porque percebi que em todos os meus relacionamentos eu tinha o mesmo padrão de me afastar da pessoa, antecipando o abandono. Isso ainda afeta minha vida até hoje", relata.
Bruna mantém algum contato com seu pai atualmente. "Demolição" é fortemente inspirado nas experiências familiares da comediante. "Uma parte do espetáculo é baseada em uma história com minha irmã, que é professora no Vietnã; da mesma forma, abordo o tema do abandono parental, deixando claro que quando um pai abandona uma criança, não é apenas o sustento material que falta. Eu carrego os impactos desse abandono por toda a vida", explica, destacando a identificação do público com essas questões.
Alguns espectadores se sentem diretamente impactados: Bruna explica que em suas piadas que satirizam atitudes machistas, há homens que se sentem verdadeiramente ofendidos. "Há homens que se sentem diminuídos porque acham que estão sendo ridicularizados quando todos riem da piada, e sim, estão sendo ridicularizados mesmo", enfatiza Bruna. O humor também serve para mostrar a alguns homens que é possível mudar. "Recebo muitos comentários de mulheres, mas também já aconteceu de um homem vir me dizer 'Bruna, você me fez repensar [minhas atitudes] e hoje sou uma pessoa diferente. Teve um que disse 'seu stand-up é uma verdadeira lição'", relata.
A defesa da liberdade feminina é uma parte essencial do trabalho da comediante, que considera que "uma mulher com um microfone na mão já é um ato político". Bruna assegura que nunca enfrentou preconceito por parte de seus colegas no mundo do stand-up. "Quem se incomoda é o homem que teme perder os privilégios que possui. Recebo muitos comentários nas minhas redes sociais, pessoas dizendo que mulheres não sabem fazer humor", conta Bruna, que possui 16 milhões de seguidores. "Mas com meus colegas nunca tive problemas", explica ela, que ingressou no stand-up através de um amigo, Fábio Lins.
No início, ele fazia teatro comigo e começou a se aventurar no stand-up. Um dia, ele me chamou para assistir a uma apresentação e o Afonso Padilha estava se apresentando. Fiquei encantada, e o Fábio disse 'stand-up é a sua praia, escreva um texto'", relembra. "Mas demorou alguns meses até eu conseguir me apresentar no stand-up. Eu achava que não conseguiria, estava acostumada a usar textos de outras pessoas e estava muito nervosa. Quando consegui fazer o público rir sem personagens pela primeira vez, pensei 'é isso'", conta.
No palco, Bruna se guia pelo "bom senso" ao decidir sobre o que vai abordar. Para ela, o humor não tem limites, mas cada artista sabe o que é apropriado para o público. "Na minha visão, o humor não tem limites, mas como artista, faço escolhas; há certos tipos de piadas que não faço e não consumo", afirma. "Mas não posso impor uma ditadura sobre o que pode ou não ser dito. Não posso apontar o dedo. O artista precisa ter bom senso. Se não gosto de determinado tipo de trabalho, simplesmente não assisto. O fato de as pessoas não rirem já define o que funciona. Uma piada que não causa risadas é um sinal de que não está funcionando", explica.
No mundo do humor, Bruna admira artistas como Táta Werneck, Dani Calabresa, Fábio Porchat e Igor Guimarães. No entanto, acima de todos, está Dercy Gonçalves, uma pioneira no humor feminino que estava "muito à frente de seu tempo". "Li sua biografia, que é bastante triste porque ela teve uma vida difícil e cheia de lágrimas. Mas na próxima página você já está rindo, ela era incrível", comenta.
Na vida cotidiana, a humorista prefere a leveza. "Não gosto de falar sério, mas levo meu trabalho muito a sério. Adoro a descontração, o ambiente de risadas", compartilha Bruna, que também é empresária. Além de suas 26 apresentações mensais, às vezes até mais de um espetáculo por dia, ela fundou sua própria empresa para gerenciar seus diversos projetos. Um novo show está em preparação, e a comediante deseja que ele também seja disponibilizado em plataformas de streaming. "Não vou esconder minha preferência por qual", brinca Bruna. "Demolição chegou à Netflix na quarta-feira (22) e já recebeu até avaliações em inglês de sites especializados em stand-ups. A produção também teve uma divulgação única, com projeções gigantescas da imagem da comediante em prédios de São Paulo".
Ela também é a narradora de "Brincando com Fogo", o reality de relacionamentos da plataforma que está indo para a segunda temporada, e fala com orgulho sobre "Juntas", um especial em seu canal no YouTube que destaca nomes do humor feminino, como Niny Magalhães, Renata Said e Arianna Nutt. Com uma agenda lotada, ela admite que sua vida amorosa fica um pouco de lado - os desafios relatados em "Demolição" são genuínos.
"É incrível como ninguém se aproxima de mim! E eu me acho tão divertida, mas nenhum homem se aproxima. É triste", brinca ela, antes de fazer um comentário sério. "À medida que envelheço, percebo cada vez mais que os homens não querem uma mulher que tenha crescido tanto. Já ouvi homens dizerem 'não posso estar com você porque você é muito famosa'. Sério, estou cansada desses tipos", conclui.